sábado, 23 de junho de 2012

O Fim da Família?


Sou da geração que viu o fim da constituição familiar.
Da época da liberalidade do rompimento dos laços formadores da base do que significa ser família.
Na infância que vivia a realidade de famílias nas quais as figuras paterna e materna perdem sua autoridades de primeiros educadores e orientadores frente aos sujeitos-filhos, postos no mundo. Estes por sua vez, crescem com a fala: “Você não manda na minha vida” ou, “não se meta na minha vida”.
Numa realidade como essa, na qual os pais deixam de ser a autoridade orientadora, e entenda-se autoridade como respeito mútuo entre indivíduos no qual uma das partes tem pela outro uma postura de aprendiz, torna-se conflituoso a interferência no viver um do outro, pois existe de modo tácito a ideia erronia de que se aprende a viver sozinho.
Cai por terra a importância do exemplo e de ser exemplo. É verdadeiramente a representação do poder viver individualmente a realidade violenta que nos cerca, sem permitir que ninguém perturbe esse impulso “natural” da vida.

Quero ver a família se restaurar, se reestruturar, rever os seus conceitos formadores, seus valores, seus princípios. Família enquanto tribo, bando. Na qual as figuras paternas e maternas são a representação do exemplo a seguir, são a conexão por suas experiências com o desconhecido, ainda inacessível. O que lhes confere o lugar de mestres, tutores, guias. Conscientes de que suas funções são por período curto, pois é necessário dar continuidade aos valores preservados.

A família enquanto instituição não governamental, enquanto empreendimento de sobrevivência, enquanto grupo de confidentes, de cúmplices. Instituição na qual a palavra do outro importa e faz diferença nas minhas decisões, pois o seu princípio é o “bem comum”.

Família como exercício de transformar-se a cada dia no melhor que se pode ser mediante as relações presentes, consciente da função de transformar, aceitar ser transformado.

Família como prática de guerreiros de insistem em se tornar melhores, uns para os outros e através uns dos outros. Sem desistir. Abrindo mão das palavras mesquinhas e medíocres que dizem: “se não der certo acaba”, ou “cada um sabe de si”.

Família que reconhece a obviedade presente no fato de “cada um sabe de si”, mas que também acredita na possibilidade do outro está enganado sobre si mesmo.

E nessa situação, como agir? Por parâmetros. Revendo os valores e princípios. Revendo os laços. Revendo os propósitos. Reconhecendo os inimigos. Identificando as fraquezas. Eliminando as vaidades. Aceitando aprender com o outro. Erradicando maus hábitos.

Ou vivemos a nos transformar para vivermos melhores, para sermos melhores, para sermos exemplos, ou matamos a esperança de reconstruir o nosso mundo. Pois se um novo mundo vier a surgir, certamente ele nascerá no ventre de alguma família. 

Temos que assumir, como sujeitos co-responsáveis uns pelos outros, a interferência nas vidas coletivas que compartilhamos. Porém, interferir como exercício. Porém, um exercício de guerra. De guerra pessoal, de cada um contra seus próprios males: vaidades e egos. De guerra contra os males à volta, dos mais próximos, dos irmãos, dos amigos.

Temos que sair detrás da cortina e assumir posições reais frente transformação do nosso mundo. Que seja o mundo de cada um.

A guerra é real. O inimigo é real. Tão quanto o seu poder que nos cega, que nos oferece um mundo maior, mais prazeroso, mais sensual e sedutor. Um mundo fácil onde pode ter tudo àquilo que desejo pelo medíocre mérito de satisfazer-me.

A individualização. A ascensão do capital. A valorização dos “pecados capitais”, tão reais e concretos e que pelo fato de levarem o nome de “pecados” soarem ironicamente ao ouvido dos céticos.

A desvalorização dos valores familiares.
A criação de mais e mais pastos. De mais e mais produtos em série. De mais e mais consumo. Da ignorância frente a realidade de que somos controlados através do que consumimos. Somos ignorantes e manipulados.

E nessa guerra, a melhor forma de enfrentá-la é com o poder devastador de hegemonias chamado humor.

É por isso que digo, a vocês mentalidades livres e intelectualizadas, que tudo o que está escrito acima, trata-se apenas de uma piada de palhaço.

E fica a Graça realizada.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Você quer ser exemplo de que?


Vivemos a filosofia. Toda a sociedade é filosófica. A sociedade é fundamentada nos princípios e parâmetros filosóficos. A filosofia está em todo processo legislatório, executivo e judiciário. Portanto, esta na ordem da nação. Dela deriva-se a ética, os valores e a estética.

A Filosofia também se trata de uma disciplina, uma práxis, isto é, uma atividade humana em sociedade e na natureza. E por se trata de uma atividade deve ser uma atitude consciência, ao contrário de julgar o simples ato de estar vivo mecanicamente em padrões alienantes, nos quais exclui que viver é um verbo de ação, por isso é um ato, e por ser ato só pode ser consciente, de outro modo, é apenas o contrário.

Sendo assim, o Filósofo, é aquele sujeito contextualizado da sua práxis e condições, no exercício disciplinar de elaborar, fazer e comunicar certo – escrita, prática e exposição.

O Filósofo declara-se filósofo da sua própria filosofia, fundamentada um arcabouço filosófico, em pesquisa – aproximação de informações -, e estudo – aprofundamento sistematizado e metodológico nas informações pesquisadas.

A sociedade, contudo, vive baseado nos fundamentos filosóficos, diferentemente de todos os cidadãos serem filósofos. Ser filósofo é antes de qualquer possibilidade, uma opção. Alguns escolhem ser médico, jogador de futebol, tem gente que escolhe até ser palhaço; e têm outros que escolhem além das possibilidades serem filósofos, compreendendo que é possível dividir-se em possibilidades, somando-as a um propósito.

Mas acredito que todo o texto acima pode ser resumido numa frase do Paulo Freire:
“O educador é aquele que faz certo.” (Pedagogia da Autonomia)

A sociedade só poderá ser reerguida pelo caminho do exemplo.

Você quer ser exemplo de que?

A ATITUDE MOVE O MUNDO

No instante em que estava saindo para treinar circo e capoeira na praça do Campo Grande tive a atitude de fazer um chamada (cheia da mandinga) virtual. Segue abaixo:

"Aos PALHAÇOS de plantão:

Estou saindo agora, 15h56, do Tororó indo para a Praça do Campo Grande treinar circo: palhaçaria livre, malabares (levo claves e 01 bola de contato), acrobacias e capoeira. 
Estou convidando-os para brincar um pouco.
Vamos nos divertir?

P.S. tragam o que e quem quiser!"


Ft - João Matos


O desdobramento desta ATITUDE e que já postei no face o seguinte:

"Hoje o plantão foi duro de circo foi duro! rsrsrs
Sorrir uma tarde inteira cansa! puta condicionamento físico! rsrsrs
Estivemos eu, Larissa Uerba com o seu instrumento Didicanu, quer dizer Didgeridoo e Bertho Filho com seu bom astral e humor a ensaiar um texto para cinema.
Enfim, "A Nata"! kkk
Daí, chega a Maria Menezes do Programa Mosaico querendo saber que encontro era aquele que acontecia ali com artistas tão ilustres! Fazer o que? Tivemos que ceder uma entrevista, brincadeirinha pra lá palhaçadinha pra k. Larissa Uerba toca o seu didicanu, eu pra variar fico ali fazendo pose de bonito, até porque, pra que que eu vou fazer mais que isso? kkk Bertho Filho sempre intelectual ator diretor produtor de atores para cinema a analizar a situação. Foi tanto gente chegando que quase passamos o chapeú!
É o que dá quando artistas como nós nos encontramos numa praça apenas para brincar um pouco.
Ah! o programa irá para o ar no dia 30!
Para os fãs, fiquem atentos e acompanhem. Quem sabe na próxima vc sai na foto e será lembrado.

Pra quem estiver interessado, fique ligado e tenha mais atitude!
Inté a próxima!
Bsos"



Opto por afirmar que isso se resume à força do Intento!
Este em hipótese alguma se manifesta sem atitude.
E como sempre me diz o meu mestre de capoeira angola Rene Bittencourt:
"Atitude Sabiá, pois sorte é para os fracos"!!!

Axé Bahia

segunda-feira, 18 de junho de 2012

DOENÇA

O capitalismo introjeta o consumo de modo tão cruel e alienante em nossa sociedade, que nos convencemos de que a obesidade é natural, quando na verdade é uma doença.
Pensemos!


DIÁLOGO II


Acredito que o mais divertido de tudo é ter a confirmação das incertezas.
É ter a clareza dos princípios.
É saber, de fato, onde o conhecer acontece, onde o aprendizado se dá.
NA RUA!!!

Quem sabe, um dia, os “professores do saber” aceitem um convite para passear por lugares e caminhos que só conhecem por jornais, para ver o que acontece com todo o seu intelecto respaldado em certezas não vividas e apenas observadas através das mídias ou de dentro dos seus carrinhos luxuosos com ar condicionado, vidros, travas elétricas e repleto de bom ar, para esconder seu próprio fedor.

Quem sabe, um dia, os intelectualóides ousem pisar no chão e larguem de idiotice, porque no fim a questão está além de onde se mora. Somos reflexo do  Brasil, mas isso é reflexo do mundo, da merda que botamos a descer pela privada. Dos intelectuais, as verborrágias condecoradas com "breves", títulos que só valem para seu próprio universo e que fora deste, mal serve para limpar o cú - a gramatura machuca o ânus.

Quem sabe, um dia, deixem de falar de mapas, pois mapa é olhado por sobre, de modo externo e que acaba construindo uma certeza de conhecer sem nunca ter pisado. 

Quem sabe, um dia, se interessem por mapear, por pisar o chão e entender como as relações acontecem.

Quem sabe, um dia, aprendam o sentido de "com licença, por favor e obrigado".

Quem sabe, um dia, optem por abrir mão dos conceitos e queiram viver os caminhos que estes indicam, com suas próprias pernas. 

E que sabe, um dia, optem por viver acreditando em "princípios" e não mais buscando os "fins".

Optem por perguntas e ao contrário de resposta.

Entendam que as palavras têm força , mas os exemplos - que são vivências, experienciações - têm muita mais.

Entendam que é na carne que se vê a vida e o papel conta a história ou...limpa a bunda, mas "é com água que se limpa".

Por fim, que sejamos nós a falar em primeira pessoa, pois "somos o que somos", pois somos é somos até de traz pra frente e se somos de todo modo, nada mais justo - adequado, coerente - que o somos sejamos "eu" ou "eus".

Que os verbos sejam usados em primeira pessoa e que cada um fale por sim, com todos seus referencias e vivências.

Que o "eu" sejamos nós e que deixemos de nos esconder por traz das teorias.

Que cada um assuma a merda de viver na merda que semeia no mundo!!!

É importante saber o que se está plantando!!!

Então...verbos à parte...

Série Castaneda: O Fogo Interior

"A vaidade é o nosso maior inimigo [...] o que nos enfraquece é nos sentirmos ofendidos pelos feitos e desfeitas de nossos semelhantes. Nossa vaidade faz com que passemos a maior parte de nossas vidas ofendidos por alguém."

"A vaidade não pode ser combatida com delicadeza"

"A vaidade não é algo simples e ingênuo. De um lado, é o núcleo de tudo o que é bom em nós e, por outro, o núcleo de tudo o que não presta. Livrar-se da vaidade que não presta requer prodígios de estratégias."

"Os guerreiros combatem a vaidade por uma questão de estratégia e não de princípio."

"A impecabilidade não é nada mais do que o uso apropriado da energia."

"Um pequeno tirano é um atormentador. Alguém que ou mantém poder de vida ou morte sobre guerreiros ou simplesmente os perturba, levando-os à distração."

"...nada pode temperar tanto o espírito de um guerreiro quanto o desafio de lidar com pessoas intoleráveis em posição de poder. Apenas sob essas condições podem os guerreiros adquirir sobriedade e serenidade para suportar a pressão do incognoscível." 

Castaneda disse: 
- Inúmeros estudos haviam sido realizados sobre o efeito negativo da tortura física e psicológica em tais vítimas. 
Dom Juan afirma: 
- A diferença está em algo que vc acabou de dizer. Eles são vítimas, não guerreiros.

"...a falha fatal é que os homens comuns levam-se por demais a sério; suas ações e sentimentos, assim como as ações e sentimentos dos pequenos tiranos, são de suma importância. Os guerreiros, por outro lado, não apenas têm estratégias bem elaboradas, como estão livres da vaidade. O que restringe sua vaidade é que eles compreendem que a realidade é uma interpretação que fazemos."

"Os pequenos tiranos levam-se mortalmente a sério, ao contrário dos guerreiros."

"Um guerreiro é auto-orientado, não de modo egoísta, mas no sentido de um exame total e contínuo de si mesmo." 

"Afirma Dom Juan:
- Todos os que se juntam ao pequeno tirano são derrotados. Agir com raiva, sem controle e disciplina, não ter paciência, é ser derrotado.
Castaneda pergunta:
- O que acontece depois que os guerreiros são derrotados?
Dom Juan:
- Eles ou se reagrupam ou abandonam a busca do conhecimento e juntam-se ás fileiras dos pequenos tiranos por toda parte."

"Paciência significa reter com o espírito algo que o guerreiro sabe que, por justiça, deve fazer. [...] Desde que o guerreiro tenha controle, disciplina e sentido de oportunidade, a paciência assegura dar o que se deve a quem quer que o mereça."

Ensinamentos de Dom Juan

Série Expressões: Sem Título

Ei! "as favas com eles"
"as favas com autoria"
"as favas, a idéia é sua"
"às putas que os pariuses"

domingo, 17 de junho de 2012

DIÁLOGO - I


Tudo no fluxo.
O cotidiano retorna e as implicações do devir também.
Um dev-ir.
Um dev-vir.
Um continuar.

O estar vivo é um estar feliz.
A busca é a permanência e a adequação.

Acredito no ambiente de troca e na defasagem deste.
Mas acredito mais ainda em encontrar meu ambiente ou construí-lo.

Opto por acreditar que as coisas são diferentes do que nos apresentam quando chegamos ao "mundo" e por ele seguimos, mas por vezes elas falam muito alto e reverberam num todo.

Sei lá doutora!
Acho que poucas vezes me senti tão ouvido.

Mas o desejo de falar, de expressar-me é tanto que me dói.
Dói a ignorância, a minha e a que me atravessa.

Tenho dores por sentir-me inútil, de achar que só poderei em determinado momento, com pré-requisitos.

O que legitima, o que valida, o que fazer? Acredito e defendo que é só o fazer.

Quero ficar na acima da mediocridade, acima do cinismo e da falsidade.

Mas a transparência é um desafio, num revelar-se, desnudar-se, deixar invadir-se ao invadir pelo ato de mostrar-se verdadeiro, sem mascaras, rompendo a hipocrisia, declarando guerra contra si próprio. E quando fazemos isso, fazemos com todos à nossa volta, pois somos um, somos uma sociedade, sou fragmento do meu todo, e talvez o fragmento desgarrado, rebelde, radical, anarquista e isso incomoda, muito!

E o incomodo do outro é o meu reflexo e o dele mesmo!

Pra onde ir?
O que fazer?
O que?
Por quê?
Pra quem?
Por quem?

Que arte?
Qual arte?

Teatro, dança, performance, palhaço?
Tudo?

São tantas correções!

Tantos "modos certos".

Qual é o modo certo?

Qual o modo "centro"?

Sei lá!

Qual o eixo, como é? Qual a terra, como aprender a fazer com as dúvidas?
Qual o tempo que nos pertence? A cada um de nós?

Outras caras.
Outros mundos.
Outros modos.

Quero fugir para encontros!
Pois a porra é a arte! 

Pelos deuses!
Que na minha arte - que um dia a encontrarei – “não” passe nada!
Ou bem melhor: Que Passe Tudo!

Que tudo seja presente memória, revivida em todos os re-memorar, a cada tornar presente.
Que minhas dores não cessem e como terra, que suporte cada pisar.
Como rocha, que sirva de apoio.

Os pensamentos me cansam, já não consigo ler mais nada, não me concentro no meu fazer, não sei ao certo o que quero, deixo de escrever porque estou pulverizando meu foco!
Mas “meus focos” se aproximam tanto, não entendo porque é são complicados e parecem tão distantes.

Quero sair, conectar com alguns que dependam de menos conceitos e tenham atitude de fazer mais.

Quero mais ações e menos blablações!

Quero companhias que sorriam e recebam críticas, que dispensam a defesa.
Quero que seja sem dor e sem defesas.
Críticas são reflexos e expressões de dúvidas!
Quero aprender com elas!

Contudo, me sinto mais direto com as palavras, mas incisivo, por vezes áspero ou até ríspido.
Tenho tido cuidado para ser objetivo sem ser afetado.

Perceptível! rsrs

O problema?
"Eu"?
"Eu"!
“Eus”?
“Eus”!
Mas o "eu" somos “nós”?

Temos que apontar soluções.
Precisamos de perguntas ao contrário de respostas!

Quero as perguntas!

Existir é tão intenso que necessita rigor!
Amar precisa de rigor.

Amo o que acredito!
Sinto que quero um bem além de mim mesmo!

Quero viagens transcendentes.

E como são pobres os valores pelos quais transitamos!

Talvez eu esteja carregado demasiado-humano-demasiado da tresvalorização dos valores!

Obrigado pela atenção!

Ah! Perdoe-me os talvez, os através!
Até onde a minha ignorante memória do aprendizado mal aprendido/apreendido me permite!

E sigo levando com o palhaçaria!
Com a “Arte do Fazer Sorrir”!

Até breve!

REFLEXÕES PERFORMATIVAS


Em diálogo com as performances 'Ikebana' (Rose Boareto) e 'Salto Agulha (João Matos)

Que as performances representem a expansão das experimentações e proposições de sensações pelos sentidos. Que aproxime as formas de linguagem, que implique intencionalmente e por exercício, estabelecer parâmetros desconhecidos. Para ver o que acontece. Que barulho/ruido faz. Se é distante de mim, enquanto artista, também é distante do outro. Temos a possibilidade o de faze-los -espectador/público/plateia/sociedade - passar por isso. como artistas, testar com eles o que testamos em nós. Sem que saibam. Faz parte do nosso dever. Faz parte do nosso poder. Da poesia, da dança, da pintura, da música, do teatro, do circo.
...comendo pétalas. Atos sagrados. Círculos de profanação. Vida e morte.

Quando se torna um espetáculo? Quando se repete? Se dar continuidade a inquietação contida na síntese? No desdobramento da síntese? Da performance de experimentar o mesmo caminha incansáveis vezes no mais curto espaço-tempo possível? Será que quanto mais curto o espaço-tempo de repetição mais rápido o processo de dominar o modo de fazer, de identificar a técnica, de refinar? Também, quando se opta por adentrar em outros universos, ocupar novos territórios, sabendo que trata-se da expansão das possibilidades, de eloqüência, de comunicação, de anarquia, de poder?

sábado, 16 de junho de 2012

APENAS O COMEÇO


Tenho vivido a filosofia de modo a compreender que a filosofia trata-se de um conhecimento prático, antes de teórico, e o que vemos de teórico na filosofia são "cernes do abstrato", história do viver de cada filósofo que as escreveu.

Venho aqui, para gritar, pois agir é ineficiente quando ao seu lado pairam fantasmas.

É em pleno grito - que se difere do desespero, mas afina-se com a potência, pois pretende mais revelar e mover  do que expor meras vaidades, afetações e apegos -, que venho abrir-me, mostrar-me em meio ao aprender.

Sim, aprender! Aqui venho para exercício, assumindo afirmar-me em condições e contextos. Declarando-me em guerra às futilidades e pequenezas.

Hoje, como um performativo que sou, começo a mergulhar publicamente nos universos do meu fazer, contudo, já transo com tais mundos a algum tempo.

Aqui revelarei conflitos e criticarei-os, os nossos e os meus, que também são nossos.

Falarei filosoficamente das minhas paixões dominadas, das fontes que impulsam-me em sentimentos revelando-se através do ato que viver a vida como um guerreiro, a verdadeira presença divina, presença de amor.

Paixões dominadas...? Sim!
Pois as paixões são contrárias a nós, humanos, e acreditando que somos capazes de sermos senhores de nós mesmos, devemos experienciá-las enquanto impulso, mas dominá-las como atores das nossas próprias emoções. Como os melhores atores, conscientes do respirar.