domingo, 7 de abril de 2013

Henri Bergson


Que significa o riso? 
Que haverá no fundo do risível?
Que haverá de comum entre uma careta de bufão, um trocadilho, um quadro burlesco e uma cena de fina comédia?
Que destilação nos dará a essência, sempre a mesma, da qual tantos produtos variados retiram ou o odor indiscreto ou o delicado perfume?
[...]
Acaso a fantasia cômica não nos informará sobre os processos de trabalho da imaginação humana, e mais particularmente da imaginação social, coletiva, popular?
Fruto da vida real aparentada à arte, acaso não dirá nada sobre a arte e a vida?
(do livro 'O Riso')

Convivência

Outro dia em casa - somos 04 morando juntos - começamos um vivência coletiva de jogar.
Estabelecemos que nossa casa é um lugar de criação e convívio de artístas.

Então começamos a improvisar em diálogo livre sobre bufonaria, anarquia e xamanismo.

Depois outro jogo, nesse tudo só poderia ser dita em perguntas.

Daí, um 3º, nesse nunca poderiamos dizer "sim, não, branco e negro", sempre perguntando, porém, se poderia responder a pergunta normalmente, mas seguia o diálogo com outra pergunta. No grupo pode haver 01 pessoa que pode dizer tudo.

Foi muito bom estabelecer essa relação de jogo vivendo em grupo.
Os jogos geram afinidades, familiaridades, identidades, códigos que contribuem para o refinamento da comunicação.


Mais uma vez

Tá incrivel aprender, estou totalemente dentro desta consciência, a de ser aprendiz, a da humildade.

Processo no qual perco minha dignidade, e tantas são as instâncias nas quais implicamos a dignidade/orgulho.

Mas agora devo anotar com o dedo.
Ver e fazer.
Mover-me e usar o que tenho nas mãos.

Bueno.
Não ter vergonha.
Ser ridículo.
Ser irônico.
Ser patético.
Ser lúdico.
Jogar.
Viver arte é jogar.
Ser um ator,
é ser um jogador,
Viver é jogar.

São
elucidações
que
ocorrem
no
ato
em
que
se
aprende.

É o momento de começar a encher-me.
Completar-me de energia.
Expandir o tonal!

No desconhecido

Mais uma vez chego numa cidade desconhecida, e eu...tão desconhecido quanto. 
Agora é ter a atitude de criar a história pessoal que eu quiser.
Atuar com o meu melhor, a melhor performance, o melhor desempenho, pois estou diante de desconhecido e agora, conscientemente vejo, que no desconhecido há muitas porções do conhecido, e é justamente com esse conhecido que devo trabalhar e vencer, conquistar o desconhecido.

Afetação

A prática espiritual do caminho do guerreiro implica numa luta solitária, pois por mais que estejamos acompanhados, o despertar é e deve ser individual.

No lugar onde associo espiritualidade e arte, no que diz respeito ao meu fazer, nesse também sinto a necessidade de tomar atitudes sozinho, como guerreiro, dar saltos solitários assumindo o ato e suas reverberações de modo pessoal, abraçando a responsabilidade daquilo que implico.

Essa reflexão é também uma recapitulação, na qual recapitula um medo comum a mim mesmo e que sempre tive, sempre me acompanhou, sempre foi meu: Medo de agir sozinho, de estar só.

Medo/vergonha do mundo, do que pensarão ao meu respeito. Medo de ser iniciante. Mede de ser eu mesmo diante dos outros. Medo de enfrentar, de me machucar, de apanhar...da vida.

Como quero libertar-me disso, sentir-me livre, dono e senhor de mim mesmo.

Em momento algum optei por guardar traumas, não estabeleci esse acordo com ninguém, mas sinto que há muita energia minha desperdiçada em "traumas"/medos passados de situações ocorridas.

Que merda, que caralho, sou guerreiro, porém, ainda há em mim sentimentos de vítima que me detêm.

Quero lutar, quero enfrentar com amor e sem revolta, porém, em revolução.

Na verdade, talvez deseje ser revoltado, me indignar e guerrear dessa maneira da verdade comum, assumindo a briga, a dor, o ataque, sem dó nem piedade, saltando para a morte iminente.

Sinto-me um cordeiro cheio de impotância pessoal, dando demasiada importância para todos à minha volta, com medo de ser quem sou, ser o que meu espírito pede que seja, achando que isso irá desagradar as pessoas.

Assim, me vejo estático, inerte, incapaz de um ato solo, de aprender sozinho, de fazer sozinho, atuando na hora e lugar errado, atuando para os outros gostarem de mim e não atuando por mim.

Caralho, o que me custa fazer sozinho?
Optar pelo que quero independente das pessoas?
Tocar um foda-se para as pessoas?

Eleger minhas prioridades, fazer meus planejamentos. Treinar, ler, escrever, recitar, criar, jogar, desfrutar...
Enfrentar meus fantasmas, meus falsos fantasmas.
Recapitular!!!!!!!

Caralho, tenho que ser "eu'!
Sem culpas. A culpa gera o pecado. Como guerreiro ser impecável.

Permitir-me à loucura.
À minha loucura controlada!!!
Como guerreiro, sóbrio!!!

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Lendo o INTENTO

É impressionante neste momento o alcance que tem tudo o que realizamos, planejamos, intentamos, eu e Inaê, como Cia ObCena. 
Sei que há muito poder nisso tudo, contudo, não consigo dimensionar.

Sinto-me ansioso, minha respiração errática, poucas vezes consgio levar o oxigênio ao abdome. 
Sei também que mais que ansiedade, trata-se de uma forca do intento que me arrebata.
Um toque do espírito.
Sei que tenho que operar com auto-controle, pois aprendo no mundo cotidiano e medíocre que, o que passa comigo é ansiedade, e neste mesmo mundo adquiro maus hábitos que acompanham as minhas reações organicas-emocionais, de modo que quando o intento está me tocando, acabo por inventariar em alguma classificação banal, dando-lhe nomes e generalizando as reações que me causa, tornando comum o modo de compreender esse ataque. Tais maus hábitos do mundo, acaba por fazer com que desvie a atenção daquilo que realmente é cada reação organica-emocional que tenho por efeito do toque do espírito. 

Assim, o intento nos toca e provaca em nós uma reação. Muitas vezes se manifesta como ansiedade e esta em maus hábitos de demasia: comer, beber, fumar e outras ações de desvio de percepção.

No fim, o que passa conosco é na verdade a expansão e afinação com a sensibilidade, a percepção, o conhecimento silêncioso, o nagual, o intento, a ordem da águia.

É necessário poder para ter poder.
É necessário cumprir com as práticas do caminho do guerreiro para transcender as etapas e conquistar o poder contido em cada uma delas.

Voltando para o QUERO

Quero Amor.
Quero Amar.
Quero Paz.
Quero Trabalhar.
Quero Auto-controle.
Quero Paciência.
Quero Disciplina.
Quero Sentido de Oportunidade.
Quero Intento.
Quero vencer meus tiranos.
Quero Tiranos.
Quero Vencer-me.
Quero encontrar-me com minha arte.
Quero minha arte.
Quero acabamentos.
Quero terminar o que começo.
Querro terminar o que comecei.
Quero juventude.
Quero ser livre.
Quero Liberdade.
Quero dinheiro.
Quero estrutura.
Quero aprender.
Quero ser guerreiro.
Quero clareza.
Quero poder.
Quero envelhecer sabiamente.
Quero ser profissional.
Quero viajar.
Quero Lutar.
Quero felicidade plena.